Naufrago.
A terra que tenho sob
meus pés reivindica meu caminho, o vento que me envolve, meus sentidos, e por
fim me engana, e na anciã de respirar me afogo em agonia que se ergue como as
ondas de um mar revolto.
Me empurra e oprime,
e a deriva como naufrago, volto-me em oração, deixo que fluam em mim os
sentimentos reprimidos, os sonhos perdidos, os amores esquecidos e por um segundo apenas.
Liberto minha alma que
pelos céus galopou e ela encontrou, e com ela sorriu, e com ela dormiu e comeu.
E de tão triste que
lembrou, que não mais a tocaria, não mais
sentiria seu calor, voltou.
E ela tornou-se em
mim e naufrago que sou, busco em minha solidão, meu caminho, minha direção.
Para que aqueles
braços tornem a me tocar, para que aqueles lábios tornem a me aquecer.
B.M.
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