Anseio pelo passado que nunca aconteceu,
pelos sonhos que perdidos, esquecidos e
desacreditados que decaíram pelos cantos da trilha escura que percorri;
pelos sons familiares e doces das vozes
melodiosas, das ninfas e da deusa... anseio... pelo toque de suas lembranças e
pelo toque de tua pele.
Anseio por tudo que outrora pôde ser meu, mas
pelo que não soube lutar...
Anseio por trazer-te de volta a mim, como o sol que
retorna de uma noite longa, escura e fria, ou o doce e quente vento de verão
que vem aquecer novamente os corações, depois de um inverno rigoroso.
Anseio... desejo...
Mas, em meu desespero, não mora nada alem da
incerteza e da solidão,
nada alem do frio e do breu.
Senhora, dona de si, como pode condenar-me a
esse pesar, a esse anseio desesperado, desregrado e torturante, onde neste
caminho de lamurias mora a descoberta quente e revigorante de um novo dia, de
um novo amor...
Senhora, onde poso afogar minha desolação,
onde posso ofertar-te por definitivo meu coração,
já que a muito ele não me pertence;
A muito, tolo que fui, o doei, e agora a única
coisa para que serve é bombear o veneno lancinante de uma paixão
devastadora e criminosa que sem hesitar, entrega meu peito ao exílio.
E é nele, nesse exílio, que escrevo estas letras,
com os pensamentos solitários, com os sonhos detestados e humilhado, caminhando
sem mais determinação, sem mais coragem para seguir.
Não há mais nada...
estrela, lua ou sol, no horizonte escuro,
nebuloso e sem vida do futuro.
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